17/09/2012

Desacordo III

Desencontro

Tudo é mais lento quando se espera. O tempo passa e só chega recordações. Nada voltará. Tudo muda enquanto esperamos o tempo passar.
Eu tento ser sincero, mesmo esse não sendo meu forte. Mesmo assim tento ser sincero, ao menos comigo mesmo.
Fui conhecer e fugi, me perdi entre outros mas diferente dos outros que pensam ter onde ir.
Foi para conhece-los que me perdi. Me desencontrei. Criei grades no porão escuro que chamo usualmente de meu e que comumente chamam de coração. Me tranquei. Agora aqui estou sem espirito, perdido, procurando em outros porões encontrar a chave da liberdade.
Talvez essa liberdade que busco não esteja nos outros, talvez essa busca é em vão. As vezes sinto que sou mais livre com as limitações que me impõem e que a possibilidade desinibida de liberdade seja impossível, afinal nenhum homem é uma ilha.
Talvez a chave que procuro não esteja nos outros e não preciso sair para à conquistar.
Talvez a chave que procuro não me de a liberdade que quero porque sei que a quero, mas saber não é sentir.
Talvez a chave da minha liberdade não esteja com outros, talvez ela seja os outros mas sou sincero o bastante para pegar.
Vou esperar inutilmente ate onde o meu egoísmo vai me levar.

Desacordo II

Desencontro

Me dão o paraíso e dele faço um inferno.
Novidade comum não me alegra mais.
A modernidade agora já é normalidade
e o conformismo e a certeza alimentam ainda a esperança
daquilo que foi prometido antes do anoitecer.
Todos juntos me causa a sensação de solidadão
Sensação se estar longe de mim mesmo
Sensação que por mim nunca é ignorada
A sorte de não ser uma ilha me angustia
Como ser só em uma mesa farta?
Em um banquete que fizeram para ninguém comer
Sossego conturbado da minha mente
Paz projetada de si mesmo para mentir para mim mesmo
e assim esqueço do mundo rendido em uma guerra alheia
Não sou o nada que acreditei que era
 Mas fugi de mim e agora não sou ninguém
E sem vestígios sumi. sou dos outros, outro dos outros
A loucura que sinto vem da minha lucidez em excesso
Sinto meu pensamento limitante determinar o que sei sem saber que eu sinto

Desacordo

A morte esta próxima da sanidade mental por isso evito-as. Por sorte não cai e sei que se caísse não derrubaria ninguém da altura que estou.
Sei que o errado é esta certo e não ter razão para explicar, por isso estrangulei meus neurônios para suprir minhas necessidades racionais opositoras e voltar a escrever sobre esse fatalismo de não ter o que escrever nem ter que se ocupar em ter.
Nenhuma palavra é suficiente para explicar esse desacordo inspirativo que a falta de inspiração me da.
Explicações são poucas e as existem são ingênuas e não me satisfazem nunca.
Qual pulo terei que dar para passar essa vergonhosa barreira que criei? Qual resposta terei que dar para que se entenda um não por completo.
Evite-me pois é nesses momentos de desacordo que estou descaraterizado, travestido do mal de ter um caráter, enganando aos outros e a mim mesmo.
Nem por decreto farei o que foi feito pois prefiro ser um nada. Sei perfeitamente que estou perdido mas é nesse labirinto que me encontro mesmo sem ninguém ao meu lado.